É o que acontece em situações pontuais, consideradas corriqueiras por exemplo, quando levamos um susto ou num congestionamento, quando estamos atrasados para um compromisso, quando brigamos com alguém, ou quando temos um trabalho importante para entregar: ficamos tensos, sentimos o coração disparado, a respiração ofegante, as mãos tremendo, a pele pálida e sudoreica, formigamento das extremidades, um frio no estômago, às vezes até mesmo diarreia, não conseguimos dormir, dentre vários outros sintomas. A boa notícia é que, em situações ocasionais, essa resposta é normal e até útil — ela nos dá energia e motivação extra, o que pode resultar em mais produtividade e foco. Passado o momento de estresse, nosso corpo naturalmente volta ao seu ritmo habitual.
Estresse traumático.
Ocorre em resposta a eventos extremos e traumáticos, como acidentes graves, violência ou desastres naturais. Essa forma de estresse pode deixar marcas mais profundas e dolorosas, tanto físicas quanto mentais. Após um evento de estresse severo, o risco de desenvolver Transtorno de Estresse Agudo (TEA) e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) varia dependendo de vários fatores, incluindo a natureza/gravidade do trauma, presença de sintomas dissociativos durante o evento, história prévia de quadros psiquiátricos e o suporte social que ela tem disponível.
O Transtorno de Estresse Agudo é caracterizado por sintomas que ocorrem dentro de quatro semanas após a exposição ao evento traumático: ansiedade, medo intenso ou desamparo, hiperexcitação, hipervigilância, alterações de humor, déficits de memória, insônia com pesadelos, revivência do evento e comportamentos de evitação e, em alguns casos, uma sensação de “desligamento” de si mesmo ou do mundo ao redor (sintomas dissociativos). Para aliviar esses sintomas iniciais, tratamentos farmacológicos de curto prazo podem ajudar com a insônia, ansiedade ou dor.
Indivíduos que vivenciam estresse traumático agudo podem desenvolver o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), com a cronificação desses sintomas, geralmente acompanhados por comorbidades (ocorre em aproximadamente 85% dos pacientes), e não a exceção, principalmente com depressão, ansiedade, abuso de substâncias e, inclusive, maior risco de suicídio. As consequências físicas também são gerais: doenças cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio (IAM), arritmias), acidente vascular cerebral (AVC), diabetes, distúrbios gastrointestinais, fibromialgia e doenças autoimunes, como artrite reumatóide e psoríase, tireoidopatias, diabetes, portanto, frequentemente, se faz necessária uma abordagem multidisciplinar com psiquiatras, psicólogos e outros especialistas. Esses achados ressaltam a importância de intervenções precoces e de um acompanhamento contínuo para minimizar os efeitos do trauma na saúde mental e física.